A Revolução Eólica – CERRO CHATO TERÁ ÁREA DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL
Por Cleber Dioni Tentardini
As sócias Eletrosul-Wobben, responsáveis pela Usina Eólica do Cerro Chato que está sendo construída em Santana do Livramento, se comprometeram a adquirir uma área para conservação na Região da Campanha, que ainda não foi definida, além de se responsabilizar pelo Programa de Controle do Capim-annoni, dentre outras ações, como forma de compensação ambiental.
Segundo a geóloga Bibiane Lengler Michaelsen, responsável pela supervisão ambiental da Usina Eólica Cerro Chato desde setembro de 2010, já foram acertadas algumas benfeitorias com o poder público, como a doação de dez lixeiras à Prefeitura Municipal e o plantio de 2,6 mil mudas de árvores na cidade, a partir de abril. Os proprietários rurais também estão sendo beneficiados com a construção de açudes, um alento em meio a seca que castiga essa parte do Pampa.
Portoalegrense, 38 anos, Bibiane já atuou durante dois anos como fiscal de meio ambiente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) em empreendimentos como a Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó e a Pequena Central Hidrelétrica Barra do Rio Chapéu, além de ter participado do monitoramento de programas ambientais relacionados a projetos energéticos.

“O papel da supervisão ambiental é traduzir o que está na licença para a linguagem que todos os trabalhadores possam compreender. Inclusive, todos os envolvidos na obra assistem a uma palestra de conscientização ambiental, incluindo as condicionantes das licenças, respeito ao patrimônio de terceiros, entre outros”, observa a geóloga.
As licenças são expedidas conforme os locais e as atividades. O licenciamento ambiental de atividades de impacto local passou a ser de competência da Prefeitura de Santana do Livramento a partir de um convênio firmado com a Fepam.

O parque eólico, acessos internos, subestação coletora e a rede de média tensão foram licenciados pela Fepam.
“Os impactos ambientais são inerentes a qualquer obra civil do porte dos parques do Cerro Chato. A implantação desse tipo de empreendimento acaba por modificar os hábitos de alguns animais, que não estão habituados a circulação de tantos veículos, além da movimentação de terra. Certamente, a própria abertura de estradas mudou a paisagem e a rotina de todo aquele bioma”, afirma Bibiane.

Com relação à flora, a supervisora ambiental ressalta que os capões de mata e a vegetação ciliar são protegidas por lei e não há intervenção nesses locais, além das ‘cactáceas endêmicas’ (cactos concentrados no bioma) que devem ser conservadas, algumas vezes implicando em remoção e plantio em outras áreas. Já os campos acabam por sofrer as maiores modificações, porém, segundo Bibiane, todas as áreas que sofreram intervenção temporária serão recuperadas, o que está previsto no Programa de Recuperação de Áreas Degradadas.

Morcegos e aves


“O ruído pode trazer algum incômodo aos animais, mas há vários exemplos onde eles convivem bem com as torres, e quanto às aves, o maior impacto seria a possibilidade de colisão com os aerogeradores”, diz Bibiane.
As residências também foram levadas em conta, ficando determinado um distanciamento de 400 metros dos aerogeradores.
Essa reportagem foi extraida do JornalJá,versão digital:
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